Boas festas: Em 2022 derrotamos Bolsonaro. Sigamos em 2023 mais fortes e unidos nas lutas

Esse ano de 2022 se iniciou com mais ataques às condições de vida da classe operária e trabalhadora fluminense. Para começar o governador bolsonarista e negacionista decreta o fim da pandemia de Covid-19. Porém uma pandemia não termina por decreto. O fato é que estamos convivendo com o coronavírus e suas mutações na medida em que circula e se reproduz. Por outro lado, atingimos um número absurdo de desempregados. Milhares de pessoas sem fonte de meios para a sobrevivência e que passam fome. Junto a isso explodiu a quantidade de moradores de rua. Trabalhadoras, trabalhadores com suas famílias sem emprego, sem salários e sem condições de pagar aluguéis.

Os patrões, que ficaram mais ricos com a pandemia, organizaram uma fuga de capitais do país que sofre uma estagnação econômica. Várias fábricas fecharam despejando no desemprego mais operárias, operários e trabalhadores. Montadoras do Sul Fluminense capitanearam esse movimento arrastando consigo toda a cadeia produtiva e comercial automotiva. Petróleo, minério de ferro e outras commodities tiveram seus preços modificados pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia aprofundando a crise da economia e a inflação mundial.

Então 2022 foi atravessado por ataques à saúde, por uma convivência com uma epidemia, aumento do desemprego, rebaixamento da massa salarial, fome e, consequentemente, aumento da violência. Tudo isso levou ao aumento das greves, insurreições e manifestações massivas em várias partes do mundo com reflexos no Rio de Janeiro.

Toda a insatisfação e todas as lutas por menores que fossem foram desviada pela burocracia sindical para as eleições de outubro. Isso obrigou a setores da classe terem que organizar suas lutas sem o sindicato e a partir dos locais de trabalho. Assim fizeram os garis e trabalhadores dos correios. Os metalúrgicos do Sul Fluminense desobstruíram as pistas da rodovia, substituindo a cúmplice polícia rodoviária federal. Além disso, derrotaram, em eleições sindicais, a sua direção burocrática com uma chapa de lutadores dos principais enfrentamentos com os patrões e seus governos.

Mesmo assim a burocracia sindical encastelada nos sindicatos, federações e centrais conseguiram convencer muitas trabalhadoras e trabalhadores a esperar por uma melhoria em suas vidas a partir da vitória eleitoral de Lula/Alkmim.

Uma amplíssima aliança encabeçada por Lula e o PT (que incluiu até figuras da direita tradicional como Geraldo Alckmin) derrotou a candidatura do atual presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.

A CSP-Conlutas, a partir de deliberações de seus fóruns, sustentou que Lula não era o “mal menor”, mas uma das duas variantes promovidas pela burguesia brasileira e pelos imperialismos.

Nossa opinião foi minoritária. A maioria das entidades sindicais vê e comemora a vitória de Lula como uma nova expressão da “onda progressista” que está ocorrendo no continente na esteira das vitórias eleitorais de Pedro Castillo, no Peru, Boric, no Chile e Gustavo Petro, na Colômbia. A realidade é que esses governos (que não enfrentam o imperialismo nem as burguesias nacionais) se desgastaram muito rapidamente, frustrando as expectativas que as massas depositavam neles.

Pedro Castillo, foi preso pela polícia após anunciar a dissolução do Congresso do país e a convocação de novas eleições parlamentares, sem o apoio da massa trabalhadora mobilizada e pronta para duro enfrentamento necessário.

Nesse momento em todo o país e, particularmente, no Rio de Janeiro o desemprego segue crescendo e não há motivos ou fatos que apoiem hipóteses de melhoras das condições de vida da classe trabalhadora no novo ano. Mesmo com a brutal crise econômica, política e social os imperialismos e o patrões utilizarão os governos para sufocar a classe e ampliar a exploração e a opressão. Farão de tudo para recuperar a taxa de lucro. A classe reagirá. Há uma tendência que pode permanecer de organização para lutar por local de trabalho. Essa tendência pode não se confirmar. Contudo a principal tarefa da CSP-Conlutas deve ser buscar todos os meios para ajudar a classe em sua organização, mobilização e luta rumo a construção de uma greve geral. Só assim é possível pavimentar o caminho até uma necessária sociedade socialista.